Quanto maior a intimidade do toque, maior a delicadeza. Já parou para observar como você trata a Yoni* da sua parceira?
A imensa maioria dos jovens, sobretudo homens, aprendeu a fazer sexo vendo filmes pornôs ou partilhando de narrativas idealizadas das experiências alheias. Há pouco acesso sobre o que isso significa e que tipo de masculinidade produz.
Poucos percebem que a indústria pornográfica é extremamente tóxica, falocêntrica e repressora, que coloca no centro das atenções o prazer masculino e a penetração como ápice. Não cabe condenar as diferente produções eróticas, seja na literatura, no cinema ou nas demais expressões artísticas. Falo especificamente de uma indústria de objetificação do se.xo e da mulher em particular.
O sexo não precisa ser assim! A conexão, a amorosidade e a reciprocidade são imprescindíveis para a satisfação e o prazer.
O primeiro passo é acabar com essa história de preliminares que antecedem o coito. Pra mim, é a reprodução dessa cultura onde a relação só começa de verdade com a penetração.
É preciso conhecer e acolher a natureza feminina: cada corpo tem um tempo para se mostrar receptivo e a Yoni, em particular, precisa estar pronta para ser tocada. Trata-se de uma região extremamente sensível, feita de tecidos e estruturas muito sutis, pouco acessadas e, portanto, susceptíveis a uma atitude mais brusca.
Determinada força com que ocorre a penetração ou a pressão colocada na fricção podem ser boas se a mulher estiver receptiva, mas pode tornar tudo muito dolorido e incômodo se for precipitado ou fora de hora. Lembre-se que são estruturas muito sensíveis. Em nós, homens, essas estruturas são externas.
Por que será que o padrão usual nos remete ao uso da força e da dominação? Porque é um padrão que fala pouco de sexo e muito de poder. De mostrar quem é que manda nessa hora! De não restar dúvidas sobre quem tem a primazia do prazer.
A sexualidade consciente passa por essa percepção e pelo zelo com o nosso corpo e com o corpo do(a) outro(a). Esse momento sublime de entrega deve ser terno, acolhedor física e emocionalmente. Não pode ser um lugar de sofrimento.
*Utilizei o termo em sânscrito Yoni para me referir à genitália feminina.
@deepak_zorba.tantra
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